Museu Aberto da Ria



A pretensão de criar o Museu Aberto da Ria, nasce de uma proposta de Sofia Trincão nos anos 90 do séc. XX. É um projecto cujo objectivo principal consiste em “salvar” pequenas embarcações da pesca artesanal. 
Obrigatoriamente, todos os velhos barcos com menos de vinte e cinco toneladas que recebam subsídio da CE para a modernização da frota de pesca, terão que ser abatidos pelo fogo na praia e com tais drásticas medidas desaparecem diante dos nossos olhos pequenas jóias do património marítimo como por exemplo o Dori ou Douro, tipo de embarcação miúda que foi durante muito tempo usada na pesca à linha do bacalhau nos mares da Terra Nova e da Gronelândia.Sendo verdade que a Direcção Geral de Pescas está aberta a doar estas embarcações para fins culturais, também é verdade que as mesmas terão que ser retiradas dos cinquenta metros do Domínio Público Marítimo perdendo a linha d`água, seu habitat natural.
 Debatemo-nos pois com o árduo trabalho de conseguir musealizar estas embarcações não navegáveis dentro de água e poder assim chamar a tudo isto, o Museu Aberto da Ria.

Objetivos: Criar uma pequena área informativa sobre a ligação da população de Cacela Velha à ria.Com infra-estruturas para desenvolvimento de projetos pedagógicos, turismo ecológico e cultural em parceria com escolas e outras entidades de forma a manter viva uma parte da cultura e do património da população litoral.Afinal foi do mar e das actividades a ele associadas que o Algarve litoral viveu durante séculos.
Sofia Trincão

A dificuldade de reabilitar velhos barcos tanto economicamente como tecnicamente leva a que todo este processo seja bastante lento. De referir e dar graças ao Dr. Reinhold Ganz habitante de Cacela que comprou e ofereceu à ADRIP uma embarcação de nome Esmeralda, embarcação essa que deu à costa na praia da Ria num Inverno para morrer, foi recuperada por nós, com o intuído de aguardar verbas para reabilitação em estaleiro. 
Dr. Reinhold Ganz graciosamente também pagou a reabilitação em estaleiro de um Dori de nome Já Estou Aqui.
Não dispondo de verba para continuar as reabilitações, limitamo - nos por ora a manter o espólio já existente.

 “ Esmeralda”





 Esmeralda a caminho da reabilitação
30/04/2017




A reabilitação

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Dóri, de nome “Já Estou Aqui”
Como já referimos, foi reabilitado em estaleiro um Dóri, embarcação dos anos 40, uma das que em seus áureos anos navegava dentro de um Lugre* empilhada em outras tantas rumo à Gronelândia e Terra Nova para a faina do bacalhau. Vinte anos durou esta faina até que a tecnologia tomou conta do futuro.

*Lugre, embarcação de transporte dos Dóris para o alto mar.

[…Na fase seguinte ao desuso é o completo abandono, a ruína e a destruição e, depois, só vazio do esquecimento, lacuna aberta que, por vezes, não se consegue preencher jamais.

As embarcações, que tradicionais, quer artesanais do nosso país têm demasiados e dolorosos exemplos disso. Muitos tipos desapareceram por completo, sem deixar vestígios, e outros, dificilmente sobreviverão se o seu espólio não for recolhido e conservado, como se impõe…]


In O Dóri, Armando Reis Mo



Dóri
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O regresso do "Já Estou Aqui"

27-09-2011





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“GOLFINHO”

Embarcação destinada à demolição por motivo de construção de nova embarcação, doada à ADRIP para fins culturais .
Hoje conhecida por "Golfinho" esta lancha de madeira é oriunda de Monte Gordo e representante da ultima geração destas embarcações.

 Encontra-se num estado de extrema degradação necessitando de recuperação urgente.



Promovemos  uma campanha solidária para angariação de fundos destinados à sua recuperação. 

Campanha solidária " Salvem o Golfinho"

Recentemente recuperado e de volta à Ria de Cacela.